FELIZ ANO NOVO, ESTRELINHASS! Desejo tudo de bom pra vocês e que 2021 seja um ano incrível! Bom, como 2020 (finalmente) terminou, vim trazer para vocês uma espécie de retrospectiva das minhas leituras esse ano. Procurei por uma tag pronta, mas no fim acabei montando eu mesma as categorias e vamos fazer uma “premiação”. Como alguns livros se encaixariam em várias categorias, tentei diversificar ao máximo a escolha dos vencedores (o que, admito, ajudou muito com a minha indecisão também kkkk). Agora chega de enrolação, sejam bem vindos ao primeiro Óscar Literário do refúgio!
P.S.: Para ver a lista dos indicados ao Óscar (4 por categoria), clique aqui ou na imagem de capa do post
Favorito do ano (melhor livro lido): Mistborn: Nascidos da Bruma
And the
Oscar goes to... Mistborn: Nascidos da Bruma, do Brandon Sanderson (tudo
bem, Marcus, você já pode dizer que tem razão agora KKKKK). Essa foi a decisão
mais difícil, não tem como escolher um só! Tiveram cinco leituras que viraram
minhas favoritas e, por eliminatória (alguns foram releituras ou sagas que eu
já tinha começado ano passado, outros aparecem umas três vezes nas próximas
categorias), acabei ficando com a primeira era de Mistborn. Os três livros são perfeitos,
mas O Império Final conquistou meu coração. Além de ser a introdução para esse
universo incrível, o livro tem um bom ritmo e eu surtei demais com o plot
twist! Com certeza merece o prêmio!
Decepção do ano (pior livro lido): H.P. Lovecraft - Medo Clássico
Esse ano comecei a ler livros terror e, depois do amor por
Edgar Allan Poe, me empolguei para comprar uma coletânea de H.P. Lovecraft. Fui cheia de expectativas e levei um baita tombo KKKKKK.
Não me levem a mal, gostei muito da relação de Lovecraft com o desconhecido e
reconheço sua enorme influência na cultura pop, mas simplesmente não me desce.
Li até um pouco depois da metade antes de desistir, não consegui me adaptar a
escrita do autor e achei melhor não forçar. Talvez dê uma outra chance mais
para frente, ainda não sei, mas por enquanto ele continua com o título de
decepção do ano.
Calhamaço do ano (maior livro lido): It: a Coisa
Com 1103 páginas, It ganha não só como maior livro lido do
ano, mas também de todos os anos da minha vida até o momento. Stephen King
realmente caprichou nessa obra e incrivelmente ela foi a primeira que não tive
dificuldades para me adaptar a sua escrita – não que eu tenha uma vasta
experiência, esse foi meu 3° livro do mestre kkk. Tirando um detalhe ou outro
(quatro parágrafos descrevendo um armário de remédios, QUATRO AAAA), eu
simplesmente me apaixonei por esse livro!
Conto do ano (conto ou coletânea favorito): Edgar Allan Poe – Medo Clássico vol. 1
Se Lovecraft foi minha maior decepção, Edgar Allan Poe foi a maior surpresa. Com uma aura de medo e melancolia, o autor consegue nos prender a cada conto. Não poderia esperar uma experiência melhor, ainda mais com o trabalho da Darkside! A parte gráfica é impecável (como sempre), o material extra é super interessante e os contos são divididos em “categorias” para ajudar os leitores de primeira viagem. Além disso o poema “O Corvo” é apresentado na sua forma original, em inglês, junto a duas traduções feitas Machado de Assis e Fernando Pessoa. Sem exageros, esse livro é um verdadeiro tributo ao mestre Poe!
Se fosse obrigada a escolher um único conto, provavelmente ficaria com algum da categoria No Espectro da Morte. “A queda da casa de Usher” e “O baile da Morte Vermelha” são incríveis 💞
Melhor personagem: Aelin Ashryver Galathynius (Trono de Vidro)
Era uma vez em uma terra há muito queimada até virar cinzas, uma jovem princesa que amava seu reino... Seja como Celaena, Lilian ou rainha vadia cuspidora de fogo, Aelin ganhou meu amor desde a primeira página. Com seu jeito sarcástico e protetor, a rainha de Terrassen me fez rir, chorar e me apaixonar por cada parte de seu coração de fogo.
Melhor coadjuvante: Sazed (Mistborn)
Tá, não sei se Sazed pode ser considerado um personagem
secundário... No primeiro livro ele fica mais de escanteio, mas seu papel e sua
importância aumentam muito com o decorrer da história. Anyway, deixei de
escolher a Vin para falar sobre Aelin nos personagens principais e acho que nada
mais justo do que ficar com Sazed, um dos personagens com o arco mais bem
trabalhado que eu já vi, na categoria de coadjuvante.
Sazed é mordomo e guardador terrisano, Como guardador, sua
obrigação é usar da ferruquemia (um dos sistemas de “magia” usados em Mistborn)
para armazenar o máximo de informações sobre toda religião existente, em
especial aquelas extintas e reprimidas pelo Império Final. Ele me conquistou
fácil com seu jeito sereno e sua profunda sabedoria, representando a verdadeira
fé e a paz de espírito. A relação de Sazed com a fé é incrível, com certeza um
dos arcos que mais gostei de acompanhar na trilogia!
Melhor relacionamento: Clube dos Otários (It: A Coisa)
Fiquei muito em dúvida em qual colocar nessa categoria. Li sobre muitos casais incríveis (rowaelin meu amor) e até alguns irreais (Marie-Laure e Wener, poxa 😞), mas no fim escolhi o Clube dos Otários. Quem disse que amizade não é relacionamento? É sim, e é um dos mais importantes e significativos na nossa vida.
| Once a loser, always a loser <3 |
Cada cena em que eles aparecem juntos é maravilhosa. Sabe aquele sentimento de pertencimento, de que você pertence a um grupo assim como eles pertencem a você? Stephen King soube retratar isso com maestria. A cumplicidade e intimidade entre eles é sensacional, todos sabem que podem confiar uns nos outros. Chega uma hora em que você se apega tanto que já se vê como um dos Otários, me senti carente quando o livro acabou 😭❤️
Embuste do ano (personagem mais odiado): Henry Bowers
(It: A Coisa)
Sempre achei ódio uma palavra muito forte, mas nossa, se
alguém merece estar nessa categoria é Henry Bowers. Como descrever um jovem tão
adorável? Bully, racista, machista, homofóbico, escroto e psicopata são um bom
começo, creio eu. Ok, ele foi influenciado pela Coisa e tudo mais, mas o ódio
continua igual e eu posso explicar por quê. Na minha opinião, a Coisa não pode criar
a personalidade de alguém, apenas influenciar. Acho que ficou confuso, mas tô querendo escrever um
post sobre isso.
Melhor vilão: Maeve (Trono de Vidro)
Ela é psicopata? Sim. Abusiva? Com certeza. Sádica? Até demais. Vingativa? Isso também. Mas convenhamos, não dá pra negar que Maeve é uma vilã f*da! Fria e calculista, a rainha sombria fará o que for necessário para atingir seus objetivos. Sua inteligência é uma das coisas que mais me chamou a atenção, bem como um passado envolto em mistérios. Não que seu passado conturbado justifique as atitudes tomadas, mas foi no mínimo interessante descobrir a verdade por trás da andarilha dos mundos. Sua crueldade não tem fim, chorei litros com as cenas da Aelin sendo torturada a seu mando. Mesmo assim, não posso negar que ela é uma ótima (ou péssima kkk) vilã e merecedora desse Oscar.
Melhor livro estrangeiro (de preferência que fuja do eixo
EUA/UK): O dia em que a poesia derrotou um ditador
Primeira experiência com a TAG Livros e eu não poderia estar
mais feliz! Minha irmã faz terapias no Chile, então descobrir mais sobre a
história de lá – mesmo que através de um livro de ficção – foi uma experiência
ótima. Acompanhar essa história é ver o clima de esperança surgindo aos poucos,
vazando através de rachaduras até atingir seu ápice e derrubar a represa criada
por anos de tortura e repressão. O material extra da TAG era só o que faltava
para deixar a leitura ainda mais completa, se quiserem depois eu falo mais
sobre os prós e contras de assinar o clube.
Melhor livro nacional: Krystallo
Minha primeira resenha aqui no blog, Krystallo foi motivo
suficiente para que eu passasse quase duas semanas preparando cada mínimo
detalhe do post. Com referências históricas, personagens e cenários bem
construídos, batalhas, adrenalina, cristais mágicos, críticas sociais e muita
política envolvida, Krystallo mais do que merece o título de melhor nacional do
ano <3
| Clique na foto para conferir a resenha! | Fonte: @sagakrystallo |
Autor revelação (melhor autor que conheceu esse ano):
Bráulio Bessa
Pensei muito em qual autor escolher, já que conheci muita
gente nova esse ano. Por fim, decidi optar por alguém não tão conhecido (até
mais, Stephen King) e que não tivesse aparecido aqui até agora. Então, olhando
de novo para as leituras do ano, descobri exatamente quem estava faltando aqui.
Em Poesia que Transforma, Bráulio me surpreendeu com sua capacidade de enxergar o mundo. Ele mostra o lado bom das coisas, fala sobre amar e ser amado, sobre saudades e recomeços. Cada poema faz um apelo à todos os corações que estejam abertos a ouvir, despertam que eu não sabia que precisava tanto até terminar de ler.
Melhor cenografia (livro com as melhores descrições): Anne de Green Gables
A escrita de L.M. Montgomery é doce e encantadora, com uma musicalidade quase poética. Anne é um espírito livro, com uma visão singular do mundo e fortes laços com a natureza e o mundo ao redor. A cada capítulo, nos prendemos mais ao livro, sem nunca enjoar das descrições e pensamentos ímpares, inocentes e arrebatadores da jovem órfã. Não tinha como dar esse prêmio a alguém que não fosse nossa adorável Anne With An E
Melhor universo: Mistborn: Nascidos da Bruma
O universo de Mistborn é complexo e original, Brandon Sanderson fez um trabalho incrível ao pensar nos mínimos detalhes. Mitos e profecias conversam entre si, as religiões possuem seus próprios rituais e simbologias, cada povo possui sua própria identidade cultural (vestimentas, costumes, dialeto, etc.), o império possui um sistema político crível e bem construído. Cada detalhe é peça de uma máquina maior, que roda e mantém todo um mundo funcionando.
O grande diferencial de Sanderson fica com a alomancia. Os pormenores da alomancia foram explorados de uma maneira incrível, fiquei encantada quando Vin descobre que já recebia pequenas quantidades de metal através dos resíduos da água. Ah, outro acerto do autor foi usar metais mais “comuns” como alomânticos, dentre eles o cobre e o estanho. Além de fugir da escolha óbvia de metais como ouro e prata, ele deixou a alomancia como algo menos divino e mais mundano. Convenhamos que a sacada de colocar metais como pares, um interno e outro externo, também foi muito boa.
Melhor editora: Darkside Books
Páreo duro entre Darkside e Aleph, convenhamos. Acabei
ficando com a caveirinha porque conheci a Aleph no final do ano e tive menos
contato com o catálogo. A Darkside só arrasa nas edições, né? Uma mais linda do
que a outra! Das que eu tenho, as minhas favoritas são a Trilogia Star Wars, naquela
capa de “couro” maravilhosa, e a coletânea de contos do Edgar Allan Poe.
Melhor fantasia: O Nome do Vento
Trono de Vidro perdeu por um triz! Mas para trazer uma maior
variedade a vocês, acabei optando por O Nome do Vento, primeiro livro de
Crônicas do Matador do Rei. O universo é muito bem desenvolvido, assim como os
personagens (que são apaixonantes). Adorei as trocas entre passado e presente,
bem como o fato de ser o próprio protagonista a narrar sua história, contando-a
a alguém. O melhor da história de Kvothe é descobrir como ele acabou ali: você
sabe as lendas a seus respeito e como ele está nos dias atuais, mas existem
grandes buracos a serem preenchidos. Não tinha visto muitos livros nesse
estilo, mas amo esse tipo de quebra de tempo e Patrick Rothfuss não deixou a
desejar. A magia é sensacional, um dos melhores pontos do livro! Toda construída
de um modo crível, ela exige estudos e técnicas que beiram o científico. Li
junto com a @faltanaestante, o que só melhorou a experiência! Nossos surtos e
teorias ainda vão longe, que venha o segundo livro KKKK
Melhor ficção cientifica/distopia: O Conto da Aia
Foi muito difícil escolher, confesso que quase escolhi
Laranja Mecânica. No final, é o Conto da Aia que ganha o prêmio, distopia que
nos leva a uma realidade onde mulheres não tem qualquer tipo de voz ou direito.
Após sofrer uma revolução teocrática, os EUA se transformam na República de
Gilead, militarmente governada por radicais cristãos. É lá que conhecemos
Offred, uma protagonista que não pode ser considerada revolucionária ou
heroína. A leitura foi muito demorada e deixou uma sensação parecida com um
soco no estômago, mas é super necessária e valeu cada página.
Melhor romance: Toda luz que não podemos ver
Outro favorito, dessa vez um romance da Segunda Guerra Mundial cujo ponto central é o ataque aéreo que destruiu Saint-Malo. A francesa Marie-Laure, que perdeu a vista aos 6 anos, ama Júlio Verne e traz luz por onde passa. O órfão alemão Werner Pfennig é convocado para a juventude hitleriana devido a sua habilidade com circuitos elétricos. Fugindo dos convencionais literários sobre a Segunda Guerra, “Toda luz que não podemos ver” é um romance sobre o que há além do mundo visível.
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Melhor terror/thriller/mistério: Quando a Luz Apaga
“Intenso, impactante
e eletrizante, Quando a Luz Apaga é um livro feito com estilhaços de um
espelho. Eles se quebram e nos cortam e incomodam e por fim se remontam para
refletir o que preferimos não ver. O que escondemos atrás de máscaras forjadas
com falsa moralidade? Quem nós somos de verdade, quando as cortinas se
fecham e a luz apaga?”
Olha, eu amo muito esse livro e poderia passar o dia todo falando dele, por isso recomendo ler a resenha completa (clique aqui para conferir)!
Melhor clássico: Meu Pé de Laranja Lima
Traduzido para 32 idiomas e publicado em outros 19 países, Meu Pé de Laranja Lima é um dos clássicos da literatura brasileira. Peguei esse livro na biblioteca da escola, estava curiosa depois de ouvir falar tanto... No começo, admito não entendi o motivo de tanta comoção. Ok, o livro é bonitinho, mas o que tem demais? Aí chegou a segunda parte... Caramba, foram rios de lágrimas! Fiquei totalmente destruída. Acho que a narrativa doce e poética, a partir do olhar inocente de uma criança, contribuiu mais ainda para me deixar desidratada 😭
Em 2020, foram 80 livros lidos (12 deles sendo releituras) e mais 2 abandonados pela metade, totalizando cerca de 28.749 páginas. Apesar de fantasia continuar sendo meu gênero mais lido, eu tentei diversificar minhas leituras, com destaque para terror (alô, alô @creepytober) e sci-fi. A média entre homens e mulheres ficou bem equilibrada, 56% de homens contra 44% de mulheres, mas quero expandir mais a gama de autores negros e LGBTQ+. Fico triste em dizer que meu mapa ainda está bem descolorido: 41 livros foram dos Estados Unidos, 13 do Brasil e 7 do Reino Unido, sobrando apenas 20 leituras de outros países. Esse ano não teve muito o que fazer, mas vou pegar firme no Literatura no Globo (não conhece? Aqui eu explico mais sobre o projeto)! Que venha 2021💖

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