300 anos após os acontecimentos da trilogia original, Scadrial deixa de ser uma sociedade medieval e encara sua revolução industrial: a tecnologia ganha espaço, carros começam a surgir nas ruas e trens são um meio de transporte cada vez mais utilizado. Waxillium, o protagonista, é um vigilante das Terras Brutas que retorna à cidade para assumir seus deveres como herdeiro da casa Ladrian. O que ele não imaginava é que os problemas enfrentados nas duras planícies não se camparam aos dias que se seguirão.
Os protagonistas são carismáticos, inteligentes e muitíssimo
bem trabalhados, a interação entre eles é tão perfeita que dá até gosto de ler. O raciocínio aguçado de Marasi, o jeito analítico
de Wax, a habilidade com disfarces de Wayne, cada um deles é incrível! Com uma personalidade sarcástica, leal e divertida (sem contar um poder super interessante), Wayne rapidamente se tornou meu personagem favorito.
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| Da esquerda para a direita: Steris, Marasia, Wax e Wayne |
Outra coisa que eu amei foram as referências à primeira era. Nossos antigos heróis agora são lendas, fundadores de uma nova sociedade e modelos a serem seguidos. Desde nomes de cidades até estátuas e livros religiosos, surtei com cada “Lorde Nascido da Bruma”, “Sobrevivente”, “Guerreira Ascendente” e "Harmonia". Falando em Harmonia, ele agora tem sua própria religião, o Caminho. Todo o conceito do Caminho, a forma como Sazed segue presente nos acontecimentos, os ensinamentos que ele deixou, foi tudo tão bem pensado!
E não tem como falar de Mistborn sem citar a alomancia.
Mesmo com o surgimento de tecnologias avançadas, a magia continua firme e
forte. Novos metais foram descobertos e a mistura entre as linhagens terrisana
e nobre causou o surgimento dos Duplonatos (portadores tanto da alomancia
quanto da ferruquemia). Esses novos personagens abriram espaço para que a
ferruquemia fosse mais explorada, o que eu achei incrível. Foi bem interessante
ver essa união em funcionamento durante as batalhas, ainda mais com a inserção
de armas de fogo.
Mas não pense que os Duplonatos são superpoderosos, invencíveis Nascidos da Bruma com todas as habilidades ferruquêmicas de brinde. O poder se diluiu ao longo dos séculos, a grande e esmagadora maioria dos portadores possui apenas um tipo de poder e mesmo a minoria duplonata só tem domínio sobre um poder de cada linhagem. Wax, por exemplo, queima alumínio e usa mentes de ferro, o que lhe dá a habilidade de empurrar metais e armazenar peso. Foi interessante ver outras perspectivas de batalha, de certa forma mais “limitadas”, já que todas até agora tinham sido narradas por Nascidos da Bruma com acesso a todos os metais.
A Liga da Lei é um livro ágil e rápido, pra mim foi um alívio entre leituras mais complexas e perfeito para sair da ressaca literária. A narrativa é fluida, as cenas de batalha são maravilhosas e o plot twist, apesar de previsível, foi bem feito. Não é tão complexo e aprofundado quanto Mistborn, por isso não daria 5 estrelas, mas foi ótimo retornar a esse universo!
Quanto mais solitário você estiver - disse Waxillium, baixinho -, mais importante é ter alguém em quem possa confiar.


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